5 de out. de 2010

Não consegui pensar em mais nada...

A paisagem que vi ao acordar ontem aqui no Rio de Janeiro era bem diferente da paisagem esculpida em detalhes divinos na folha do calendário do mês de outubro. A primavera começou e parece que ela ainda está na busca por sua identidade. Ora ela trás as saudades do verão, ora ela trás o místico e até gostoso clima do inverno. E eu não sei quando escolher um chocolate quente ou uma coca-cola "trincando". Mas, nessa noite, nem um e nem outro...Vou embriagar minha alma com grandes doses irresponsáveis de palavras até vomitar frases inteiras.

Meus dedos estão loucos para digitar um pouco do cotidiano que vivo e que morre a cada anoitecer. Devidamente estalados, mania que não perco desde que parei de acreditar que um dia poderia quebrá-los, eles estão prontos e digo que é hora de começar...

Queria derramar sobre essas linhas imaginárias coisas que ficam nas entrelinhas do meu subconsciente. Queria dar vida a voz melíflua da minha consciência que é tão livre e ao mesmo tempo é tão presa. Queria que minhas meias verdades fossem metades inteiras de tudo que gostaria de dizer agora. Mas, as reticências falam bem mais alto que eu nesse momento.

Queria acreditar que esses pensamentos pudessem ganhar formas de pequenos elos, formando um cordão ou até quem sabe um cordel, juntando um monte de acordes e então poderia ser a canção que quebraria o silêncio contínuo do mundo que eu criei. Mas, meus dedos continuam numa gula enorme de imortalizar em palavras o que passou pela minha retina nessas ultimas 24 horas de pura rotina e o que ainda vejo é uma grande tela branca e um cursor que mais parece um pisca alerta mostrando que um carro está com problemas...talvez eu precise de um reboque agora.

Acabei brincando de ciranda com as palavras e nem vi o tempo passar. Tão cheio de si, tão firme e ao mesmo tempo tão leve, ele não quis brincar. Manteve-se intocável no posto de "curandeiro do universo"(já que só o tempo pode curar tudo). Não me importei dele passar toda hora por mim, queria apenas terminar esse texto que comecei há cinco horas atrás, mas, tudo que consegui, foi achar novos meios de enrolar quando nao há nada para escrever..

Então, acabo me entregando a velha nostalgia de não conseguir cumprir minhas próprias metas. Não me basta ter a faca e o queijo, a corda e a caçamba, a fé e o terço, o começo e o fim. Alguma coisa falta para me deixar completamente imperfeito.. perfeitamente incompleto. Mas, não me desespero. O "curandeiro do universo" me ensinou a ser mais paciente. Então, faço das minhas considerações finais, as palavras de Walter Franco em "Coração Tranquilo":

"Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo."


PS.:Um dia ainda escrevo todas a palavras que eu pensar.
Mas, por enquanto, vou escrevendo aquelas que minha mente
não consegue filtrar.

3 comentários:

Thiago Augusto disse...

Comentando para garantir que todo e qualquer leitor desse blog possa postar seu comentário sem que ocorra nenhum problema.

Unknown disse...

"Acabei brincando de ciranda com as palavras e nem vi o tempo passar. Tão cheio de si, tão firme e ao mesmo tempo tão leve, ele não quis brincar."

E eu achei isso tão puro.
=)

Thiago Augusto disse...

Pô, vlw Duanny!

Tento sempre brincar com as palavras e quando leitores elogiam essas tentativas, fico feliz feito criança quando brinca com o que mais gosta e escuta de um adulto: "Olha que gracinha ele brincando..."

Enfim..rsrsrs

VLW !!